A defesa de Elisa de Oliveira Carvalho, 36 anos, emitiu uma nota nesta sexta-feira (16) informando que o Ministério Público (MP) deu parecer favorável ao pedido de liberdade da investigada, feito nesta semana à Justiça de São Gabriel. A análise deve ser feita pela juíza responsável pela Vara Criminal do município, Liz Grachten. Não há prazo definido para a solicitação ser julgada.
Elisa e o marido, José Lindomar Nunes Brezzolin, 55 anos, foram presos em flagrante por suspeita de envolvimento na morte da filha Isabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, em São Gabriel. A Polícia Civil decretou sigilo sobre as investigações após a divulgação laudo da necropsia do corpo de Isabelly, que apontou sepse (infecção generalizada) decorrente de complicações de uma pneumonia como causa da morte.
O documento, elaborado pelo médico-legista, afirma que não há sinais de trauma por violência física ou sexual, o que foi apontado inicialmente pela Polícia Civil. Pelo prazo previsto em lei, com os suspeitos estão presos desde 7 de maio, o inquérito do caso deve ser entregue até este sábado (17).
Na noite da última segunda-feira (12), por questões de segurança, Elisa foi transferida para um presídio de outra cidade, a pedido da defesa. Conforme nota, esse seria o terceiro presídio para onde ela foi levada.
Leia a nota da defesa na íntegra
“A defesa de Elisa, mãe de Isabelly Brezzolin, exercida pela advogada criminalista Rebeca Canabarro e o bacharel em direito Andrei Nobre, vem, publicamente, manifestar-se a respeito das novas
manifestações acerca do pedido de liberdade postulado na última terça-feira, no dia 13 de maio de 2025. Na noite do dia 15 de maio de 2025, sobreveio parecer da Promotoria de São Gabriel,
posicionando-se no sentido de que os argumentos da defesa merecem guarida, visto que com a juntada do auto de necropsia, demonstrou-se inexistir o perigo outrora manifesto pelas
concepções preliminares da autoridade policial, opinando assim pela concessão da liberdade provisória à Elisa.
Deste modo, aguardamos a decisão definitiva da magistrada de São Gabriel, acerca do requerimento pela liberdade, confiantes de que a justiça seja feita.”
Rebeca Canabarro de Matos e Andrei Nobre, advogados
Relembre o caso
- “É uma coisa que não tem fundamento”, conta tio de Isabelly, morta após suspeita de violência em São Gabriel
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- Caso Isabelly: investigação aponta pais como principais suspeitos de violência e morte da filha, afirma delegado
- Laudo indicaria que menina Isabelly morreu por complicações de pneumonia, e descarta violência sexual
- Em nota, Santa Casa de São Gabriel nega que menina Isabelly teria fraturas de costelas ou indícios de violência sexual quando foi atendida
- Caso Isabelly: defesa afirma que mãe começou a medicar a filha quatro dias antes da ida ao hospital
A investigação
Inicialmente, foi noticiado pela Polícia Civil de São Gabriel que a menina teria sido vítima de agressões e abuso sexual. Os principais suspeitos seriam os pais, Elisa de Oliveira Carvalho e José Lindomar Nunes Brezzolin. Eles foram presos após a filha dar entrada no hospital com sinais que indicariam violência, como costelas fraturadas, pulmão perfurado, hematomas pelo corpo e lesões nos órgãos genitais. Aos policiais, o casal alegou que a filha havia caído da cama.
Apesar do laudo IGP apontar que Isabelly morreu de infecção generalizada, e não por supostas agressões físicas e sexuais, o delegado responsável pelo inquérito, Daniel Severo, informou que mantém a linha de investigação. Para ele, há indícios de crime de maus-tratos e abuso sexual. “Em relação ao possível estupro, lembra-se que ele não se consuma apenas com penetração, mas com qualquer ato libidinoso, e os elementos de informação, tanto no momento do flagrante, quanto no andamento da investigação, apontam para a sua existência”, informou Severo.
A defesa de Elisa nega o crime. Já José Lindomar é atendido pela Defensoria Pública, que informou que só irá se manifestar no inquérito da Polícia Civil.
Fonte: Vitória Parise