O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, decidiu expulsar o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues do partido. Em entrevista à coluna Igor Gadelha, do site Metrópoles, Rodrigues criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar a Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Já é de costume a pressão da bancada do PL pedindo a expulsão de Rodrigues, mas dessa vez o sentimento foi maior. Procurado, ele não se manifestou.
“A pressão da nossa bancada foi muito grande. Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho” disse Valdemar, em nota oficial, complementando: “Trump é o presidente do país mais forte do mundo”.
Ao Metrópoles, Antônio Carlos Rodrigues disse que a sanção a Moraes é o “maior absurdo que já viu na vida política”:
— O Alexandre é um dos maiores juristas do país, extremamente competente. Trump tem que cuidar dos Estados Unidos. Não se meter com o Brasil como está se metendo — afirmou.
Não é a primeira defesa pública de Rodrigues a Moraes. À coluna do Estadão no ano passado, Rodrigues disse admirar “a atitude e coragem de Alexandre de Moraes”. O deputado e o ministro se conhecem há 30 anos e era a ponte que viabilizava diálogos de Moraes com integrantes do PL.
Quem é Rodrigues
Aos 75 anos, o paulistano Antônio Carlos Rodrigues tem trajetória marcada pela atuação política no PL, partido ao qual é filiado desde o primeiro mandato, como vereador em 2000.
Advogado de formação, foi ministro dos Transportes no segundo governo Dilma Rousseff e ocupou uma cadeira no Senado entre 2012 e 2014.
Durante os 12 anos em que esteve na Câmara Municipal de São Paulo, criou o programa Mais Esporte, voltado à oferta de escolas esportivas para crianças e adolescentes. Em 2024, assumiu a presidência da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados.
Caça às bruxas
Desde o início dessa legislatura, deputados bolsonaristas anseiam por uma caça às bruxas dentro da sigla. Correligionários especialmente no Nordeste tem alinhamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo estando no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Num outro episódio, o deputado Yury do Paredão (MDB-CE) foi expulso do PL por aparecer em uma foto fazendo o “L”, símbolo associado a Lula. Ele acabou indo para o MDB.
Fonte: GZH