Falso pai de santo é preso por suspeita de aplicar golpes envolvendo rituais de relacionamento

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Foto: Polícia Civil - Divulgação

A Polícia Civil gaúcha, com o apoio de agentes de São Paulo, prendeu nesta quinta-feira (16) um homem que se apresentava como pai de santo e que, segundo a investigação, aplicaria golpes por meio de falsos rituais religiosos envolvendo relacionamentos.

O investigado, conforme a polícia, valia-se de uma suposta posição espiritual para extorquir vítimas. Ele e mais seis pessoas são alvos de uma operação realizada em São Paulo, coordenada pela 3ª delegacia de polícia de Canoas.

Durante a ação, 120 policiais civis dos dois Estados cumprem 18 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária nas cidades paulistas de São Paulo, Itapevi, Cotia e Jacareí. Uma oitava pessoa foi presa durante a operação. Trata-se de um homem que estava foragido por homicídio e fazia parte do grupo investigado, embora não estivesse entre os alvos.

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A polícia não divulgou o nome do suspeito, mas a reportagem apurou que se trata de Hugo Rafael, conhecido na internet como Pai Hugo de Oxalá. Em uma rede social, o suspeito tem mais de 55 mil seguidores. Ele se apresenta como “Rei da Amarração” e diz ser especialista na prática há mais de 20 anos no Brasil e Exterior. A amarração é um ritual espiritual que busca unir ou separar um relacionamento.

Prejuízo de R$ 180 mil

A delegada Luciane Bertoletti, responsável pelo caso, passou a investigar o suspeito a partir de uma vítima gaúcha que perdeu R$ 180 mil com o golpe. O episódio ocorreu no final de maio. As apurações apontam que uma mãe de santo, chamada Mãe Natasha, realizava publicações em redes sociais para atrair clientes. A suspeita da polícia é de que se trata de um perfil falso coordenado pelo grupo liderado por Hugo.

Quando o contato era feito, cobrava-se um valor inicial, para que fosse realizado o trabalho de reaproximação. Nesse caso, foram repassados pela vítima R$ 300. A partir daí, o esquema entra em curso.

— A vítima é induzida, inicialmente em erro, e se transforma numa grande extorsão. Eles começam a obrigá-la a depositar valores, a constrangê-la a realizar depósitos sob a ameaça de divulgar aquela situação para os familiares dela e para o ex-companheiro dela. Então, por medo e por vergonha, ela passa a transferir dinheiro para os criminosos — explica.

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A justificativa dada pelos golpistas é de que há dificuldades com o rito espiritual e que é necessário mais dinheiro para completar o processo. No episódio que motivou a investigação, o suposto pai de santo passou a entrar em contato com a vítima após dois dias. A partir daí, conforme a polícia, as ameaças e cobranças aumentaram. A polícia aponta que a vítima realizou 30 depósitos ao golpista. Os valores variaram de R$ 1,5 mil a R$ 37 mil.

Bode preto e falso ressarcimento

Os serviços exigidos eram variados. Em um dos casos, o suspeito declarou que precisava comprar um bode preto para concluir um dos rituais, pedindo mais R$ 1,5 mil. Depois, afirmou que iria ressarcir o dinheiro da vítima, mas que estava “bloqueado pelo banco” e que seria necessário pagar taxas adicionais de 4%, depois 13,5%, para a liberação dos valores — resultando em novos prejuízos.

Os criminosos ainda enviaram prints falsos de conversas com supostos gerentes bancários e até de um empresário que teria uma loja de carros, tentando dar credibilidade para as mentiras.

“Não foi aceito, vamos precisar do restante” 

A reportagem teve acesso a um áudio enviado pelo suposto pai de santo à vítima. Na mensagem de voz, ele afirma que os valores depositados não foram aceitos pelas “entidades” espirituais.

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Hugo menciona que recebeu depósitos de R$ 9,5 mil, mas precisava de mais R$ 31,3 mil para finalizar o processo. Além disso, responsabilizou a cliente por ele não estar conseguindo completar o serviço de amarração.

Não foi aceito, tá? Eu tô fazendo das tripas do coração filha, mas não foi aceito, a gente vai precisar do restante (…) Eu já não tô mais suportado isso, a cobrança das minhas entidades, tá? Eu não estou podendo trabalhar para outras pessoas, então peço que você resolva essa situação o mais rápido possível, tá? Já deu o que tinha que dar filha, já chegou em todos os limites possíveis, você entende? É muito espírito obsessor na sua vida, fazendo com que você tenha esses pensamentos negativos.

Investigação

A partir da operação, a polícia irá investigar se há mais vítimas. Acredita-se que pessoas de todo o Brasil possam ter sido lesadas.

— É possível que existam outras vítimas tendo em vista o perfil e o número de seguidores. Mas a gente entende que muitas, por vergonha, acabam não buscando a polícia — aponta a delegada.

Os demais alvos da operação são suspeitos de colaborar com Hugo no esquema. Conforme a polícia, eles se revezavam para mandar as mensagens.

A delegada afirma ainda que não existe nenhum registro oficial de que ele possua um terreiro e, portanto, não pode ser considerado um pai de santo. Ele deve responder pelos crimes de estelionato, extorsão e associação criminosa.

Contraponto

Em nota (leia a íntegra abaixo), a defesa do suspeito declarou que as acusações contra Hugo Rafael não são verdadeiras. Além disso, o advogado afirmou que ao longo do processo irá apresentar provas para comprovar a inocência

Nota à imprensa

O Sr. Hugo declara-se inocente das acusações que lhe foram atribuídas. Assim como os demais detidos, ele desconhece os valores mencionados no processo e reitera que não possui qualquer relação com os fatos investigados.

A defesa informa que, durante a instrução processual, serão apresentadas todas as provas necessárias para comprovar a inocência do Sr. Hugo e dos demais envolvidos.

Por fim, a equipe jurídica esclarece que está adotando todas as medidas legais cabíveis com o objetivo de restabelecer a liberdade de todos os que foram detidos.

Fonte: GZH

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