Fotos e relatos de produtores rurais de São Borja expõem a gravidade da ação de abigeatários no município. Em recentes ataques registrados em propriedades no 3º Distrito de Sarandi, às margens do rio Uruguai, os criminosos levaram entre 800 e 1.000 quilos de carne em uma das investidas, e pelo menos 500 quilos na mais recente.
As imagens mostram animais abatidos em condições precárias, com pedaços de carne deixados no mato e expostos por horas sem refrigeração. Segundo relato de um pecuarista, a carneada chega a circular de 12 a 15 horas até chegar ao consumo. “São animais que receberam cargas hormonais para concepção, vacinas e banhos carrapaticidas. Mas, carneados dessa forma brutal, ficam sujeitos a todo tipo de contaminação. E, depois, esse produto chega às mesas de açougues, piquetes e até de festas populares, como os fandangos”, afirmou.
A denúncia questiona ainda o papel da vigilância sanitária diante da circulação dessa carne clandestina. “É impossível não perceber esse consumo na cidade. Qual a lógica? Estamos falando de um risco direto à saúde da população, que pode estar ingerindo um material deteriorado e contaminado”, apontou o produtor.
Apesar das críticas, o desabafo também reconhece o trabalho das forças de segurança. “Temos que lembrar dos árduos, incansáveis, eficientes e elogiáveis trabalhos da Polícia Civil e da Brigada Militar, que não medem esforços para enfrentar esse crime”, destacou.

O consumo de carne clandestina pode causar doenças graves, como salmonelose, Escherichia coli, teníase, cisticercose e até botulismo, reforçando a preocupação com o problema que atinge a Fronteira Oeste.
Fonte: Site SB News