Crônica: Meu amigo João de Barro

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Guilherme
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Desenho de Rossini Rodrigues

Isaac Carmo Cardozo – Colunista

Aquele costume e tradição diária de levantar cedo pela manhã e cevar um chimarrão, tenho procurado preservar. As vezes mateando solito ou acompanhado, entre uma cuia e outra, alinhando os pensamentos, definindo as tarefas do dia, naquela pausa em que você fita os olhos em alguma coisa e ali fica, como se fosse uma eternidade, quebrando o silêncio com o ronco do mate. Tem sido a minha rotina terapêutica.

Uma das imagens que fazem parte desta rotina, quando estou com a porta aberta para a rua, é a magnífica casa de João de Barro, que se elevou em cima de um poste de concreto de luz. Passei a analisar este vizinho que se diga de passagem, que tem uma visão privilegiada, de toda a rua e de sua vizinhança num giro de 360°. Vejo o Sr. João de Barro as vezes no fio de luz, saindo e entrando de sua casa apresadamente, como se acordasse já no acelerado. Tem sido um ótimo vizinho, não incomoda e ainda acrescenta com a arquitetura de sua casa.

Nestes dias atrás, nas minhas recorridas, olhei para a casa das alturas do ¨hominho¨, até então tudo normal, quando me detive num gato no meio da rua, conhecido aqui da vizinha, que estava que nem uma estátua em posição de ataque, olhar fito a frente. Minha curiosidade se aguçou, para saber quem seria a sua presa e olhando mais a frente, a uns quinze metros na calçada, meu amigo João de Barro que estava de costa para o felino entretido em bicar e escarvar o chão.

 Diante disto pensei, que cena vou presenciar e ao vivo, a famosa lei da natureza, a cadeia alimentar, de dois animais irracional na luta pela vida. Mas repentinamente me toquei, que o João é meu amigo e também vizinho, preciso alertar do perigo que ronda a sua vida. Diante disto larguei a minha cuia na banquinho de madeira feito pelo meu amigo Osmar, (serve para apoiar a cuia e a térmica), sai para a frente da casa, peguei um punhado de de brita que tem na minha calçadinha que liga a porta ate o portão e sem analisar ao redor mirei no gato e atirei, sendo tomado de susto, pois entre o gato e eu, tinha o meu muro de vidro, sendo que uma das pedra causou um pequeno trinco. Com o barulho o gato me olhou, o João olhou para e mim e o para o gato e “bateu asas e voou”para  a sua casa.

O saldo foi um felino sem refeição, um vidro trincado e o João vivo. Engraçado quando paramos para analisar a vida, que muitos que se dizem amigos, ficam olhando ocorrer uma desgraça na vida dos outros e sequer os ajudam o avisam, preocupados apenas em ver o “circo pegar fogo”. Quantos também não querendo se prejudicar evitam de auxiliar seus amigos, com medo de terem danos.

Me lembrei deste fato, num domingo nos fundos de minha casa, quando a assar uma carne, recebo a visita do meu amigo João, veio rápido, pousando no muro, me olhando, como quisesse agradecer pela a ajuda, e voou rapidamente. Me senti bem naquele momento e privilegiado, segui no meu ritual fronteiriço, de assar carne, embaixo da timbaúva. 

Isaac Carmo Cardozo – Colunista
Isaac Carmo Cardozo é 1°Sargento da Brigada Militar, Bacharel em Direito pela Unilassale/Canoas, Especialista em Gestão Pública pela UFSM/Santa Maria e Mestre em Políticas Públicas pela Unipampa/São Borja. Escreveu o livro: Monitoramento de Políticas Públicas de Segurança – O Programa de Resistência às drogas e a violência (Proerd) no Município de São Borja. Tradicionalista, é Coordenador da Invernada Especial do Centro Nativista Boitatá. Historiador e pesquisador e apaixonado pela cultura do Rio Grande do Sul.

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