O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou nesta terça-feira (18) que decidiu se licenciar do mandato na Câmara para permanecer nos Estados Unidos. Em uma postagem no X (antigo Twitter), o parlamentar explicou que a licença seria sem remuneração, e afirmou que sua missão internacional exigia dedicação integral.
“Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria. Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, escreveu.
A decisão pegou de surpresa muitos no Brasil, especialmente após Eduardo ter informado previamente que retornaria ao país na terça-feira, 18, após uma temporada de 20 dias nos EUA.
A princípio, ele era cotado para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, visando reforçar a argumentação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de que ele seria uma vítima de perseguição política.
Com a escolha de Eduardo em permanecer no exterior, a liderança da Comissão ficará agora com o deputado Zucco (PL-RS), atual líder da oposição na Câmara.
“Nunca imaginei que eu faria uma mala de 7 dias para não mais voltar para casa”, disse Eduardo, referindo-se à decisão de ficar nos EUA. “Meu trabalho é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil.”
No início de março, parlamentares do PT solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, citando suas viagens ao exterior, onde, segundo eles, ele teria patrocinado retaliações contra o Brasil.
A medida gerou ainda mais controvérsia, com Eduardo alegando que existiria um “jogo combinado” entre o ministro Alexandre de Moraes, o PT e a Procuradoria Geral da República (PGR), e que a apreensão do passaporte seria uma tentativa de facilitar sua prisão.
O deputado, que se encontra nos EUA desde 27 de fevereiro, também se ausentou de um evento organizado por seu pai no Rio de Janeiro no último domingo (16), voltado à defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
