Um grupo criminoso com base em Pelotas é alvo da segunda fase da Operação Firma, deflagrada nesta terça-feira no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Conforme a Polícia Civil, desde 2024, a quadrilha movimentou R$ 320 milhões. Sete pessoas foram detidas.
As esposas de dois líderes da facção estão entre os presos. Uma delas é companheira de um presidiário de apelido Crizel, que é apontado como chefe da quadrilha dentro do Presidio Regional Pelotas (PRP) e que também teve nova ordem de prisão decretada.
Outra é esposa do traficante conhecido como Pasteleiro, considerado um dos fundadores da quadrilha. Ela foi capturada em diligências no Rio de Janeiro, mas o homem não foi localizado. Segundo a investigação, a dupla mantém diversas empresas de fachada.
Um dos empreendimentos do casal seria uma loja de móveis em Itapema, no litoral catarinense. A suspeita é que a suposta venda lícita dos produtos foi utilizada para ocultar valores oriundos do tráfico de drogas, golpes e de extorsões.
Além de Pasteleiro e Crizel, um terceiro líder da facção, vulgo Dioninha, também é investigado. Mesmo já recolhido no sistema prisional, ele foi alvo de outro mandado de prisão.
Nesta manhã, a ação contou com o emprego de 110 policiais civis apenas na cidade de Pelotas, além do apoio de unidades em outros estados, sob o comando da 2ª DP do município. Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 69 buscas, resultando na apreensão de 37 veículos, bloqueio de mais de 300 contas bancárias, suspensão das atividades comerciais de 16 empresas e sequestro de 10 imóveis.
“Os criminosos têm atuação interestadual. Nossas investigações apontam que eles movimentaram mais de R$ 320 milhões através de empresas de fachada, laranjas e contas de terceiros, tudo com a intenção de dissimular a origem ilícita dos lucros”, explica o delegado titular da 2ª DP de Pelotas, César Nogueira.
A primeira fase da Operação Firma aconteceu em setembro do ano passado. Na época, o objetivo foi desarticular um esquema de golpes dos nudes coordenado por apenados do Presídio Regional de Pelotas, especificamente na Galeria C da unidade. Ali, em menos de 40 dias, os valores movimentados ultrapassaram R$ 700 mil.
Fonte: Correio do Povo