Uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) e da Corregedoria da Polícia Penal foi deflagrada nesta quarta-feira (28) para desarticular um esquema criminoso que operava dentro do Presídio Estadual de São Borja (PESB). A ação contou com o apoio do Grupo de Ações Especiais da Polícia Penal (GAES) e da Brigada Militar.
O alvo principal da chamada Operação PESB2 é um servidor público lotado na casa prisional, suspeito de receber dinheiro para permitir o ingresso de drogas, celulares e outros objetos ilícitos nas celas. Segundo a investigação, ao menos duas situações com essas características já foram comprovadas.
As diligências ocorreram simultaneamente em São Borja, Itaqui e Farroupilha. Cerca de 80 agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão, além de ordens de quebra de sigilos telemáticos, bancários, fiscais e pessoais. O promotor de Justiça João Afonso Beltrame, coordenador do 8º Núcleo Regional do GAECO, lidera a operação.
Na residência do policial penal investigado, foram localizadas drogas. Ele foi conduzido à Delegacia de Polícia para averiguação. No interior do presídio, agentes recolheram celulares e entorpecentes nas celas dos dois apenados apontados como líderes de uma facção criminosa que atua na Fronteira Oeste.
De acordo com o Ministério Público, o servidor afastado beneficiava o grupo criminoso e mantinha contato direto com seus integrantes dentro e fora do presídio. Os detentos investigados têm histórico de envolvimento com crimes como homicídio, extorsão, tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro. A prática ilegal, segundo a apuração, ocorria há pelo menos um ano.
A operação teve como objetivos o afastamento cautelar do policial penal, a coleta de provas que possam revelar outros envolvidos, e a delimitação do período em que o esquema esteve em funcionamento.
No total, foram cumpridos cinco mandados em São Borja — três no PESB e dois em residências —, dois em Itaqui, incluindo a casa e o veículo de uma mulher ligada aos investigados, e um em Farroupilha, na residência de outra suspeita de participação no esquema.
A investigação teve início após denúncia encaminhada pela Corregedoria da Polícia Penal ao GAECO. Em novembro de 2024, o servidor foi flagrado por câmeras de segurança recebendo um envelope suspeito de dois apenados. Em seguida, foi abordado com cerca de R$ 1 mil nos bolsos do uniforme. A situação foi comunicada à direção do presídio e ao Ministério Público.
Também participaram da operação os promotores de Justiça André Dal Molin (coordenador estadual do GAECO), Manoel Figueiredo Antunes, Laís Saboia Souto e Janice Katherine dos Santos Barros.
Os crimes apurados até o momento são: organização criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.
Fonte: Site Sb News | Com informações da MPRS