Investigação revela desvio milionário na saúde e falta de estrutura em hospital de Jaguari

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Foto: Reprodução Rede Globo

Vídeos e áudios obtidos pela RBS TV e exibidos pelo programa Fantástico revelam indícios de irregularidades e ostentação envolvendo Humberto Silva, presidente do Instituto Riograndense de Desenvolvimento Social Integrado (Irdesi), suspeito de desviar recursos públicos da saúde enquanto unidades administradas pela organização enfrentavam precariedade. A investigação aponta que o cartão de crédito do instituto teria sido utilizado para custear viagens internacionais, estadias em apartamentos à beira-mar e outras despesas pessoais.

O Hospital de Caridade de Jaguari, administrado pelo Irdesi, aparece entre os casos que demonstram impacto direto da gestão suspeita. Na cidade, a investigação constatou que pacientes precisam se deslocar a municípios vizinhos para realizar tomografia, e o serviço de ultrassonografia ocorre apenas uma vez por semana. Moradores relataram cobrança por atendimentos e falta de materiais básicos, inclusive itens simples e de baixo custo.

A comerciante jaguariense Beth Pinheiro afirmou que o pai, Alcides Alves Pinheiro, de 85 anos, morreu durante uma crise de asma no hospital em 2023. Ela relatou que não havia medicamentos adequados nem um espaçador para nebulização, que custa cerca de 70 reais. Beth disse que precisou sair para comprar o item e que o pai morreu minutos depois. Outros relatos apontam dificuldades de estrutura e orientações para economizar produtos de limpeza.

A investigação também cita a esposa de Humberto, Maíne Baccin, natural de Jaguari, apontada pela Polícia Federal como beneficiária de salários de até 23 mil reais mensais sem exercer funções no instituto. Os áudios obtidos mostram conversas em que o empresário menciona gastos elevados com carros e viagens, além de compras pessoais, incluindo uma bolsa de 30 mil reais e óculos de alto valor. Em uma das gravações, ele reclamou dos custos do casamento e mencionou a aquisição de veículos e viagens relacionados à esposa.

No final de novembro, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar supostos desvios milionários envolvendo o Irdesi, que administra unidades de saúde no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Desde 2022, a organização teria recebido cerca de 340 milhões de reais em verbas públicas, grande parte relacionada a contratos firmados em municípios paulistas. Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Humberto Silva e um homem apontado como seu braço direito foram presos, e a Justiça determinou o bloqueio de bens que podem alcançar até 24 milhões de reais.

A investigação também identificou vínculos com empresas registradas em nomes de pessoas próximas ao empresário, incluindo uma construtora registrada em nome de uma ex-cozinheira ligada ao grupo. A empresa declarava serviços de manutenção em unidades hospitalares administradas pelo instituto, mas o endereço informado em Porto Alegre não corresponde à sede descrita.

Em Jaguari, o prefeito Igor Tambara, do MDB, afirmou que o município criou um comitê de crise e nomeou um interventor para reorganizar o hospital. O prefeito declarou que o objetivo é esclarecer totalmente os fatos e restabelecer os serviços, garantir o uso correto dos recursos e melhorar o atendimento à população.

Até o momento, a Justiça determinou o bloqueio de imóveis, veículos, contas bancárias e uma lancha. Segundo a Polícia Federal, o prejuízo causado ao erário pode chegar a pelo menos 25 milhões de reais. Para o delegado Anderson de Andrade Lima, o empresário demonstrava segurança excessiva em relação aos riscos legais, o que reforça o entendimento de que ele não temia responsabilização.

A defesa de Humberto Silva não respondeu até o fechamento desta reportagem. A defesa de Maíne Baccin informou que analisa o conteúdo do inquérito, que está sob segredo de Justiça, e que não se manifestará neste momento. Já a defesa de Tássia Nunes destacou o direito à presunção de inocência e ao devido processo legal.

Fonte: GZH

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