O militar Bruno Guimarães Ferraz, de 20 anos, foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (13) dentro da Base Aérea dos Afonsos, na Zona encontradoOeste do Rio de Janeiro.
Segundo familiares, o jovem havia iniciado o plantão no domingo (12) e foi localizado sem vida na guarita do quartel no dia seguinte. Bruno havia ingressado na Aeronáutica em maio deste ano e, conforme parentes, era “um jovem saudável, cheio de vida e empolgado com a carreira militar”.
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que instaurou um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias da morte e que presta apoio à família. O corpo foi sepultado nesta terça-feira (14), no Cemitério Nossa Senhora da Piedade II, em Magé, na Baixada Fluminense.
Este é o terceiro caso de um militar encontrado morto dentro de instalações das Forças Armadas em um mês, fato que tem despertado preocupação entre familiares de jovens recrutas e alerta sobre as condições dentro dos quartéis.
Nas redes sociais, o primo de Bruno, Matheus Viana, criticou a postura da FAB e relatou a falta de acolhimento:
“Após muito desemparo, total descaso e nenhum acolhimento por parte da Força Aérea, a mãe, ainda atordoada pela dor, teve de resolver sozinha as questões do velório e sepultamento.”
Segundo ele, a família ainda não recebeu explicações sobre o ocorrido. “Mesmo após a autópsia, não obtivemos a causa da morte”, afirmou.
A região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul também registrou dois casos semelhantes recentemente. Em Uruguaiana, no dia 16 de setembro, o 2º tenente Felipe Borsa Lago, de 27 anos, oficial dentista temporário, foi encontrado morto dentro do Quartel-General da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada. Já em São Borja, no dia 9 de outubro, o soldado Eduardo Barcelos de Oliveira, de 19 anos, integrante da 1ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada, também foi localizado sem vida dentro do quartel.
As mortes sucessivas têm causado temor e indignação entre mães de militares, especialmente na região da Fronteira Oeste.
“Agora é assim: toda cidade tem um soldado morto. Isso é inadmissível. Os jovens vão para o quartel para aprender e construir uma carreira, não para morrer”, escreveu uma internauta nos comentários da matéria do portal Fronteira 360.
Outras mães também demonstraram preocupação com a falta de segurança dentro das unidades.
“Como nós, mães de meninos, vamos ficar tranquilas com tudo isso? Quartel deveria ser um lugar de acolhimento, não de humilhação”, questionou uma delas.
Nos relatos, são frequentes as menções a pressões psicológicas, punições severas e medo de represálias, fatores que reforçam o pedido das famílias por transparência nas investigações e medidas preventivas urgentes.
“Esses meninos entram cheios de sonhos e encontram outra realidade. É triste demais”, resumiu uma moradora de São Borja.
Fonte: Site SB News