Senadores e deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protestaram, nesta terça-feira (5), contra a sua prisão domiciliar, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, por, segundo ele, descumprimento das medidas restritivas. O grupo se reuniu em frente ao Congresso e ameaçou obstruir votações, caso o projeto para anistiar os manifestantes de 8 de janeiro não avance na Câmara. Os aliados do capitão defenderam, ainda, o avanço da PEC do Fim do Foro Privilegiado a parlamentares e também o impeachment de Moraes.
Filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL) definiu a pauta como “pacote da paz”. Devido à pressão, à tarde, os presidentes do Senado e da Câmara suspenderam as sessões de terça.
Líder da oposição e muito próximo do ex-presidente, o deputado federal Luciano Zucco (PL), Tenente-coronel Zucco, criticou as decisões do STF e afirmou que “não há democracia” no país, ao mesmo tempo em que protestava, junto a aliados, em frente ao Congresso, que retomou os trabalhos ontem após o recesso de inverno.
“(…) Está decretada a ditadura no nosso país. Nenhuma nação democrática permite que o juiz investigue, julgue e condene. Nenhuma nação democrática permite que políticos sejam presos por crime de opinião. Nenhuma nação democrática enxerga normal jornalistas e políticos saírem do país por estarem sendo perseguidos”, afirmou Zucco, que é pré-candidato ao Piratini.
Do lado de fora do Congresso, o grupo gritou “Fora Moraes”. Já na parte interna da Câmara, deputados fizeram um protesto tapando a boca com esparadrapo.
Base do governo chama ocupação do plenário de “chantagem”
Parlamentares da base de apoio ao governo repudiaram o ato de deputados e senadores da oposição. O vice-líder da maioria no Congresso Nacional, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), comparou a ocupação ao 8 de Janeiro e afirmou que a atitude é “inaceitável”. Para o deputado, a atitude “é uma chantagem contra o país”.
Lindbergh afirmou que conversou com o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB), que estava em uma agenda na Paraíba e já retorna a Brasília diante da crise.
– É responsabilidade do presidente desta Casa restabelecer o controle e a ordem. O que houve foi um sequestro do parlamento – afirmou.
Fonte: Diário