Um funcionário da empresa de valores vazou a informação que propiciou o maior assalto da história gaúcha, o roubo de R$ 30 milhões transportados numa aeronave que chegou ao aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. A informação é da Polícia Federal, que cumpre na manhã desta quarta-feira (28) 21 mandados de prisão contra suspeitos de participação no crime. Entre os presos está o servidor da firma de transporte de dinheiro.
Até o início da tarde, 14 dos 21 mandados de prisão tinham sido cumpridos. O roubo no aeroporto caxiense aconteceu em 19 de junho do ano passado e resultou na morte de um policial militar de dois bandidos. Dos R$ 30 milhões levados pelos ladrões, R$ 15 milhões foram encontrados na hora, junto ao veículo do criminoso morto na troca de tiros com policiais militares.
O rastreamento dos dados cibernéticos dos criminosos comprovou ligação entre eles. São dois grupos, um com 19 pessoas (identificado em 2024) e outro, com 21 integrantes, alvo da operação atual. O funcionário da empresa de valores teria se comunicado com um integrante da quadrilha.
O assalto em Caxias do Sul foi resultado da colaboração entre duas facções criminosas, uma gaúcha e outra paulista. Bandidos se deslocaram de São Paulo especialmente para atuar no roubo, que contou também com colaboração de criminosos da Grande Porto Alegre.

Suspeito baleado segue internado
Durante o cumprimento de um dos mandados nesta quarta-feira, em Gravataí, um homem foi baleado. A reportagem apurou que se trata de Vitor Ricalde Soares. Ele teria reagido quando policiais chegaram em uma casa no bairro Moradas do Vale 3 e houve tiroteio. Nenhum agente se feriu. A ação assustou moradores das proximidades. Soares está internado no Hospital Dom João Becker, naquele município, e não corre risco de morte.
Soares seria ligado a Diego Moacir Jung, o Dieguinho, conhecido ladrão de carros-fortes gaúcho e um dos que a PF considera mentor do assalto no aeroporto caxiense.

Comprovação em 25 assaltos
A Polícia Federal também conseguiu comprovar, via exames genéticos, a participação da quadrilha em pelo menos 25 grandes roubos no país e no Exterior. Entre esses, vários com domínio de cidades (nos quais a quadrilha corta comunicações da comunidade, ataca postos policiais e faz reféns). Entre os ataques rastreados está o que foi feito contra a sede da empresa de valores Prosegur no Paraguai, em 2017, concretizado por um aliança entre criminosos brasileiros e paraguaios.
Em entrevista à imprensa, o superintendente da PF no Rio Grande do Sul, delegado Aldronei Pacheco Rodrigues, e o secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, destacaram o esforço que propiciou mais de 30 bandidos identificados e presos. E ressaltaram a colaboração prestada pela Brigada Militar às investigações.
Fonte: GZH