PMs que mataram agricultor a tiros durante abordagem no RS agiram em legítima defesa, conclui inquérito

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Guilherme
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Foto: Arquivo Pessoal

O Inquérito Policial Militar (IPM) que apurou a morte de um agricultor durante abordagem da Brigada Militar (BM) após uma ocorrência de suposto crime ambiental em Santa Maria, na Região Central do RS, concluiu que não houve negligência ou erro no procedimento. De acordo com a investigação, divulgada nesta sexta-feira (1º), os dois policiais agiram em legítima defesa.

“A Brigada Militar informa que o inquérito foi resultado de uma apuração minuciosa, e após análise dos elementos de prova, concluiu-se, no âmbito das investigações, que os policiais militares atuaram em legítima defesa”, diz nota enviada ao g1.

O caso ocorreu há um mês, no distrito de Palma. A vítima é Valdemar Both, 53 anos. Câmeras de segurança registraram o fato. (Veja vídeo acima)

Segundo a BM, a equipe realizava patrulhamento na área rural do município e se deparou com um estabelecimento que processa e comercializa produtos de origem florestal. Valdemar não tinha licença ambiental para operação, conforme os policiais. O agricultor também não teria autorização de porte e uso de motosserras.

A confusão teria começado a partir da comunicação de que os equipamentos deveriam ser apreendidos. Valdemar estaria com um machado e teria reagido, de acordo com a ocorrência.

“Diante do risco iminente à integridade física da equipe, houve a necessidade do uso da arma de fogo para conter a ação e preservar a vida dos policiais militares”, alega a Corporação.

A Polícia Civil também instaurou um inquérito sobre o caso. O delegado Thiago Carrijo informou que a investigação deve ser concluída nos próximos dias.

De acordo com o advogado da família, Both comprava eucalipto para fazer lenha e revender, o que é permitido. A defesa afirma ainda que os equipamentos, como as motosserras, eram legalizadas.

Imagens mostram sequência de acontecimentos

 

Imagens de câmera de monitoramento da propriedade onde um agricultor foi morto a tiros mostram a sucessão de acontecimentos, desde a chegada da polícia na propriedade, até a remoção do corpo.

  • A viatura chega na propriedade às 16h34
  • Os disparos ocorrem quase uma hora depois, às 17h24
  • Dezessete minutos depois, os policiais entram na viatura e tiram o veículo do local, retornando seis minutos mais tarde com outras duas pessoas
  • O SAMU chega às 18h58
  • A perícia no local inicia após às 19h
  • E às 21h o corpo é removido

 

Imagens mostram sequência de acontecimentos na morte de agricultor no RS

“Os policiais fuzilaram o pai”, diz filho

 

A mulher do agricultor chegou em casa horas depois do incidente. Cléria Both, de 49 anos, trabalha como massoterapeuta e estava em outro bairro. No entanto, ao receber um áudio de uma amiga perguntando o que estava acontecendo, não entendeu e teria ido para casa:

“Quando cheguei [em casa], meu filho abriu a porta e disse: ‘os policias fuzilaram o pai’. Estou até agora sem entender, estou sem chão”, relata a mulher.

“Era uma pessoa extremamente boa. Ele ajudava todos aqui da comunidade”, comenta a vizinha Cleusa Pereira.

Gabriel lembra da ação do pai em maio de 2024, quando o Rio Grande do Sul foi afetado pela pior catástrofe climática já registrada no estado:

“Sempre disposto a ajudar os outros. No período das enchentes, não mediu esforços”, comenta o filho.

Agricultor foi morto a tiros durante abordagem da BM em Santa Maria — Foto: Divulgação

Agricultor foi morto a tiros durante abordagem da BM em Santa Maria — Foto: Divulgação

O que diz a Brigada Militar

“NOTA À IMPRENSA

A Corregedoria-Geral da Brigada Militar informa que foi concluído o Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado para apurar as circunstâncias da ocorrência registrada no município de Santa Maria, em 1º de julho, durante ação da Patrulha Ambiental da Brigada Militar.

A Brigada Militar informa que o inquérito foi resultado de uma apuração minuciosa, e após análise dos elementos de prova, concluiu-se, no âmbito das investigações, que os policiais militares atuaram em legítima defesa.

Com a finalização do procedimento, os autos foram encaminhados à Justiça, nos termos da legislação vigente.”

Primeira manifestação da BM

Durante o atendimento a uma ocorrência de crime ambiental, uma guarnição do 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar foi surpreendida com golpes de machado pelo indivíduo suspeito da infração, ao não aceitar a ocorrência imposta.

Diante do risco iminente à integridade física da equipe, houve a necessidade do uso da arma de fogo para conter a ação e preservar a vida dos policiais militares, o que infelizmente resultou no óbito do indivíduo.

Os devidos procedimentos foram instaurados para apuração dos fatos.

A Brigada Militar reafirma seu compromisso com a proteção da sociedade, o respeito aos direitos e garantias fundamentais e cumprimento da legislação vigente.

Segunda nota da BM

Em atenção a diversos questionamentos sobre a ocorrência de óbito decorrente de oposição a intervenção policial ocorrida no dia 01 de julho, o Comando Ambiental da Brigada Militar torna público, de forma preliminar, os seguintes esclarecimentos:

Na data dos fatos, uma equipe do 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar, com sede em Santa Maria, estava em patrulhamento na área rural do municipio quando se deparou com um estabelecimento que processa e comercializa produtos de origem florestal, notadamente lenha

A equipe composta por dois policiais militares, ao chegar no local, manteve contato com o proprietário do empreendimento e ao longo da fiscalização, foi detectada uma serra circular e motosserras, bem como grande quantidade de madeira e lenha.

Foi verificado que o mesmo não possuía a devida licença ambiental de operação. Licença essa que é obrigatória, segundo as normas ambientais. Também foi constatado que as motosserras não tinham a devida licença de porte e uso. Fatos estes que tipificam crimes ambientais previstos em lei.

O procedimento nestes casos é a lavratura de Termo Circunstanciado e a apreensão das motosserras até que os equipamentos possam ser regularizados.

A partir da informação de que o material seria aprendido, iniciaram-se hostilidades que infelizmente culminaram com o óbito do Sr que estava sendo fiscalizado.

Todas as circunstâncias e a dinâmica de como ocorreram os fatos serão apuradas no devido inquérito policial militar – IPM, que já foi instaurado.

O Comando Ambiental reforça seu compromisso com a verdade e transparência dos fatos, sendo necessário neste momento que se aguarde a conclusão da investigação em curso.

Fonte: G1 RS

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