O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (27) que as tarifas impostas a parceiros comerciais entrarão em vigor no dia 1º de agosto, como planejado. O tarifaço atingirá o Brasil com uma alíquota de 50%. A declaração ocorreu durante uma entrevista coletiva ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia.
“O 1º de agosto é para todos”, declarou Trump. A única exceção é a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio, que já está em vigor. O presidente americano anunciou um acordo comercial com a União Europeia. Com isso, as tarifas impostas ao bloco passarão de 30% para 15%. Nos últimos dias, apenas cinco países onseguiram negociar o tarifaço com os EUA: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão.
Mais cedo, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, já havia afirmado que as tarifas entrarão em vigor no dia 1º de agosto “sem prorrogações, sem mais períodos de carência”. O republicano anunciou o tarifaço contra o Brasil no dia 9 de julho, alegando que os EUA têm déficit na relação comercial com o Brasil.
Logo após o anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontou que estatísticas do próprio governo americano “comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”.
Além de apresentar motivos comerciais, Trump afirmou que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado também contribuiu para a sanção contra o Brasil. Desde abril, o Brasil é taxado em 10%.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), coordena o grupo de trabalho do governo federal que tenta reduzir a taxação, mas encontra resistência. Alckmin relatou na quinta-feira (24) que conversou por 50 minutos com Lutnick no último sábado (19).
No entanto, a Casa Branca avalia não ter percebido envolvimento relevante ou ofertas significativas do Brasil na negociação de um acordo. A afirmação foi feita por uma autoridade do governo americana ao jornal Folha de S. Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou contato com o homólogo nos Estados Unidos, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, mas teria recebido como resposta a informação de que o processo está na Casa Branca.